Luigi Illica

Luigi Illica nasceu em 9 de maio de 1857 em Castell'Arquato e, talvez influenciado por seu pai, um notário republicano radical, demonstrou um temperamento rebelde e apaixonado quando criança. Obteve resultados ruins na escola secundária local, em Piacenza e seu tempo gasto na faculdade perto Cremona não foi mauito proveitoso.

Castell'Arquato

Aos 20 anos deixou a área de Piacenza passand quatro anos numa vida errante no mar, durante o qual tomou parte na Batalha de Pleven em 1877 durante a guerra entre a Rússia ea Turquia.

Em 1879 foi viver em Milão, onde inicialmente encontrou trabalho no jornal literário de seu primo Carlo Muscaretti.Tornou-se jornalista do Corriere della Sera e logo depois do Milan de Bolonha onde, com Luigi e Giuseppe Lodi Barbanti-Brodano fundaram um jornal radical chamado Don Chisciotte. O jornal foi suspenso quando Illica e Lodi participaram das manifestações anti-francesas e foram levados perante os tribunais em Bolonha. Neste período Illica também participou de um duelo em que perdeu parte de sua orelha esquerda motivo pelo qual sempre era fotografado com a cabeça ligeiramente voltada para a direita.

Giacomo Puccini

 Em 1875 fez sua estréia no teatro com a peça de um ato chamado Hassan. Em 1882, após seu retorno de Bolonha para Milão, publicou Intermezzi drammatici sob o pseudônimo de Luigi della Scorziana, uma coleção de desenhos e peças em prosa, que critica, de uma forma satírica autores, atores e críticos teatrais que ele considerava fora de seu tempo.

Como autor teatral obteve sucesso imediato com I Narbonnerie La Tour (1883), mas a obra que lhe prporcionou fama foi L'eredita del Felis (1891), um trabalho em dialeto milanês influenciado por temas tabém tratados por Ibsen.

La bohème

A partir de 1889 Luigi Illica divide suas atividades de autor de teatro com a de libretista da ópera sendo esta nova atividade o início de um período intenso em sua vida. Seu crescente sucesso foi coroado em 1891 quando ele entrou na editora Ricordi e interveio de forma resoluta em uma passagem do atormentado texto de Manon Lescaut, que havia passado pelas mãos de diversos autores sem nunca satisfazer Puccinni quanto ao lado dramático da personalidade dos jovens.

Madama Butterfly

Este foi o início de uma das fases mais importantes e criativas de sua carreira. Ele era especialista em criar situações visuais e estruturas dramáticas, libertando a fantasia de compositores como Lucchese e Puccini. Este último em especial, apesar dos constantes conflitos que tinham, sempre atenuados pela presença calma, paciente, elegante do poeta Giuseppe Giacosa, foi parceiro de Illica em três grandes obras-primas: La bohème, em 1896, Tosca em 1900 e Madama Butterfly, em 1904.

A ópera escrita exclusivamente por Illica que obteve maior sucesso foi Andrea Chenier, criado para o compositor Umberto Giordano e encenada pela primeira vez em 1896.

Andrea Chenier

Entre 1892 e 1911 Illica escreveu mais de 30 libretos de ópera para os maiores músicos da época, entre os quais devemos nos lembrar de La Wally de Catalani (1892), Cristoforo Colombo (1892) e Germania (1902) para Franchetti, na Sibéria (1903) para Giordano, Iris (1898), Le Maschere (1901) e Isabeau (1911) para Mascagni e Cassandra gravado recentemente (1905) para Vittorio Gnecchi Ruscone.

Com o surgimento do cinema épico Illica atualizou sua visão dramática e seus libretos tornaram-se mais e mais como um roteiro de filme, rico em comentários e descrições visuais das cenas que acontecem.

Tosca

Um homem de temperamento forte, e que a Grande Guerra desencadeadou um entusiasmo patriótico que o levou muitas vezes a atacar o pacifismo indiferente de seu velho amigo Puccini.

Em 1915, na idade de 58 anos, partiu para a frente de batalha inscrevendo-se como voluntário no exército, lutando como um cabo em uma bateria de artilharia de Piacenza.

No ano seguinte sofreu uma grave queda de um cavalo, que o obrigou a regressar definitivamente ao Colombarone, uma propriedade rural perto Castell'Arquato onde faleceu em 16 de dezembro de 1919.

Graças a sua intervenção no atormentado texto de Manon Lescaut torna-se não só amigo de Puccini mas parceiro em suas mais aclamadas óperas.