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Vestido cor de rosa com recorte na frente e malha canelada. Calça e jaqueta de malha tergal vermelha. Lindas e práticas as saias longas são mais femininas. |
A década de 70 foi um tempo onde todas as culturas e estilos reclamaram seu espaço ao mesmo tempo. Chocar, antes de mais nada, era a intenção principal. É por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir "tudo junto". Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor.
A mini, vinda dos anos 60, teve uma
overdose e virou micro antes de perder a vez para o short, a midi e a máxi. Do short (também conhecido como
hot pants) disse o árbitro da elegância, Ibrahim Sued: "O
short, para quem não tem bom gosto, tem uma vantagem, você o usa para cozinhar e, se tiver que fazer compras à tardinha, pode sair com o próprio". (Manchete, fevereiro de 1971)
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Saia longa própria para todas as ocasiões em algodão crú com grandes bolsos. . |
A mini/micro fazia a alegria da estudantada nas escolas e universidades com escadas. Na PUC do Rio, os padres finalmente liberaram o uso de calças pelas moças diante do fato incontornável que a subida para as aulas, pelas escadas vazadas, estava se tornando um espetáculo com alto índice de audiência.
A midi transformava instantaneamente qualquer mulher numa matrona, mas Bianca Jagger usava com saltos plataforma e tudo bem. Mas a máxi acabou imperando e, em todos os materiais possíveis e imagináveis, trafegou livremente entre caretas e desbundadas. Só era complicado quando chovia. E na hora de pegar ônibus.
Essa explosão de elementos deu aos
designers um vasto material para trabalho, com a segurança de um público ansioso por novidades. Outros, entretanto, não abriram mão do romântico e natural. Por isso, diversas décadas passadas se transformaram em fonte de inspiração, como os anos 20 e o início do século. Biba, Ossie Clark e Yves St. Laurent foram expoentes desse estilo.
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Calça de tergal com listras bem finas, bolsos horizontais bem junto do cós. |
No final da década, o filme
Saturday Night Fever inaugurou a era disco. Apesar de ter pouca duração, seus efeitos podem ser sentidos até hoje. Suas cores, brilhos, formas são desejos explorados pelos estilistas de todas as décadas seguintes. O estilo
glam exigia cetim, lantejoulas, palidez, olhos bem marcados e uma certa disposição para fazer as sobrancelhas desaparecerem os mais empolgados chegavam a raspá-Ias inteiramente, mas a maioria mandava mesmo uma água oxigenada nelas. O modelo era David Bowie (fase
Ziggy Stardust /
Pin Ups /
Diamond Dogs) e a base era a androginia, o visual que Bowie mesmo definia na canção "
Rebel Rebel": "seus pais não sabem se você é menino ou menina".
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Estilo glan: menino ou menina? |
Quem não tinha acesso à maquiagem teatral dos
popstars recorria ao
pancake e colava estrelinhas de papel e lantejoulas no rosto com cola de cílios postiços. Rita Lee teve uma longa fase
glam, Wanderléa teve seu momento, em 72-73, quando se mudou brevemente para Los Angeles, mas os grandes ícones do estilo foram os Secos & Molhados e os Dzi Croquettes. Os antecedentes do estilo disco da segunda metade da década estão com certeza no visual
glam.
Foram nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos 70 e início da próxima década.
Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar o feminino/masculino, sem falar nos tênis, trazidos pelos esportes que cada vez mais conquistavam adeptos.
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O exagero, marca da década, nos sapatos e acessórios. |
Fontes: Nosso Século - Editora Abril / O Império do Efêmero - Companhia das Letras
Enciclopédia da Moda - Companhia das Letras / O Design do Século - Editora Ática
Almanaque Anos 70 - Ediouro / Almanaque Anos 80 - Ediouro / www.modapoint.com.br
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