Em 1960, os vestidos acinturados foram para o fundo do baú. Em seu lugar, chegaram os vestidos
chemisiers, com saias retas ou
evasées, decotes ousados e uma echarpe no pescoço. Desde então, a tendência de roupas com linhas alongadas não parou mais.
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Chanel de tecido “vedette” rosa Da Rhodianyl e lã, 1960. Vestido chemisier de flanela de lã, outono 1964. Saia ampla no modelo francês de 1960. |
Os "tubinhos" substituiram babados e enfeites de rendas por franjas, espirais e correntes douradas. A liberação atingia as praias, e, em 1963, as moças desfilavam, pela primeira vez, com maiô de duas peças. Ainda não era o biquíni, mas já provocava escandâlos e desaprovação das famílias. Outro lançamento que causou sensação na época foi a calça
Saint-Tropez, com cintura baixa e que deixava a mulher com o umbigo de fora.
Paralela a essa corrida pela liberdade de movimentos, desencadeou-se uma ofensiva dos fabricantes de fibras sintéticas. Embora, a princípio, estes tecidos fossem importados, com o tempo passaram a ser produzidos pelas indústrias nacionais, popularizando-se as confecções em
ban-lon,
tergal,
nylon, acrílico,
rayon e
poliéster.
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Em meados da década de 60 começa a aparecer a moda unisex . |
Em 1963, os costureiros desenhavam
tailleurs e terninhos com japonas 7/8. As revistas anunciavam "a sobriedade que os homens tanto apreciam em tecidos e padronagens traduzida para a graça feminina". Mas essa sobriedade não era total. Em 1964, a VII FENIT expunha, como curiosidade, o monoquíni. Estava vestido num manequim de borracha e não obteve sucesso. Os homens comentavam que já não havia mais com que sonhar, diante de peça tão ousada.
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Maiô duas peças de 1963: escândalo e polêmica.
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Mesmo assim, as mulheres ansiavam por mudanças, e estas começaram a acontecer em 1965: as saias tomaram-se mais curtas, numa moda rodopiante e alegre, suave e viva ao mesmo tempo. Nessa época, por influência da arte, os estampados também mudaram: os vestidos obedeciam à linha
Op (da
Op Art), com motivos geométricos. Os temas gráficos substituíram as estampas de flores, frutas e listras dos anos anteriores, bem como a febre de bolinhas do início dos anos 60.
É a partir do começo dos anos 60 que o
prêt-à-porter vai chegar de alguma maneira à verdade de si mesma, concebendo roupas com um espírito voltado à audácia, à juventude, à a novidade do que a perfeição. Uma nova espécie de criadores se impôs, não pertencendo mais, fenômeno inédito, à Alta custura.
Mas o maior sucesso foi a criação da moda jovem de 1965/66, por influência dos Beatles.
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Yves Saint Laurent, 1965, inspirado no pintor Mondrian. Modelo unisex do estilista de vanguarda Pierre Cardin, 1967. Em 1965, estão na moda os vestidos de saias godês ou com pregas
plissês, sapatos, bolsas de verniz amarelo e colar de passamanaria com pérolas. Modelo Pierre Cardim confeccionado em crepe
degradê e fitas de organza na cabeça indicado para à noite. |
Fontes: Nosso Século - Editora Abril / O Império do Efêmero - Companhia das Letras
Enciclopédia da Moda - Companhia das Letras / O Design do Século - Editora Ática
Almanaque Anos 70 - Ediouro / Almanaque Anos 80 - Ediouro / www.modapoint.com.br